quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Extra Extra! Leia agora: BOLETIM SINDASPI Ed. Nº 7


Como se não bastasse o desprezo do governo para com os trabalhadores da Epagri e Cidasc, as dificuldades inerentes a negociação com um governo prepotente, a desagregação da INTERSA, agora surge mais um elemento para atrapalhar a vida dos trabalhadores e dificultar o encaminhamento do Acordo Coletivo de trabalho.

Numa clara manobra antissindical, a Epagri nega a parte da coordenação do Sindaspi o direito a participar da próxima reunião do seu Conselho Deliberativo, ignorando a garantia da liberdade sindical amparada, especialmente, nos Art. 5º e 8º da Constituição Federal/88 e na Convenção 87 da OIT – Organização Internacional do Trabalho.  


SINDICALISMO OU SINDICATOS?


Diante dos últimos acontecimentos que envolvem a desagregação da INTERSA, nos sentimos na obrigação de esclarecer aos trabalhadores, sem falácias ou distorções, o que de fato, historicamente, vem acontecendo na negociação salarial e a postura de cada sindicato no processo.
Iniciamos esta campanha salarial, no dia 7 de dezembro de 2011, em uma reunião de avaliação das negociações 2011/2012, em Lages, onde o Conselho da Intersa fez  um planejamento para a campanha salarial 2012/2013. A cobrança unânime de todos os representantes do Conselho, presentes na reunião, era a que teríamos que mudar nossas estratégias de ações para mudar os rumos desta campanha. A avaliação concluiu que a forma que estavam sendo conduzidas as negociações nos últimos anos não surtia o efeito que os trabalhadores esperavam e que nos últimos anos havíamos acumulado grandes perdas salariais.
Ao iniciar as negociações, as circunstâncias e alguns vícios do sindicalismo levaram a campanha para o mesmo rumo de outros anos, o que já havia sido repudiado pelos coordenadores e pela base.
Já no mês de julho, como as cobranças vinham cada vez mais fortes da base em manifestações de varias formas, sentimos a necessidade de colocar em prática os anseios da base e convocamos a primeira assembleia estadual com manifestações para o dia 26 de julho, em Lages. Desde então, começaram a ocorrer divergências entre algumas lideranças da executiva da INTERSA e a base, pois essas lideranças não concordavam com os encaminhamentos decididos em assembleias.
Como para nós (Sindaspi) as assembleias são livres e soberanas, conforme estatuto desta entidade e o que institui a CLT, cumprimos fielmente os encaminhamentos definidos e aprovados nelas. Salvo na não realização de uma assembleia em Dionísio Cerqueira, que foi adiada em função do pouco tempo para organizá-la, e, segundo orientação da maioria da executiva INTERSA, mesmo com o Sindaspi votando a favor da realização, foi voto vencido.   

Princípios democráticos da classe trabalhadora

Enquanto as direções de outros sindicatos da INTERSA trabalharam orientadas pelo fatalismo histórico de que “nada mais pode ser feito” e, inclusive, em assembleia da INTERSA, tentaram fazer uma votação em separado. O Sindaspi, em suas instâncias, resolveu acatar as deliberações das assembleias, por uma questão de legalidade e coerência, e também, por entender que a INTERSA era um coletivo e como tal deveria se pautar nos princípios democráticos universais da classe trabalhadora. 
Diante dessa postura firme do Sindaspi, as direções de outros sindicatos da INTERSA passaram a propagar inverdades e desmobilizar as bases para a campanha salarial, atingindo, inclusive, a base do Sindaspi. Uma postura lamentável, e sequer participaram da última assembleia realizada em Chapecó, no dia 03 de outubro.
Na segunda feira seguinte a assembleia, dia 8 de outubro, em reunião da executiva da INTERSA, o representante do Sindaspi foi informado que os outros sindicatos integrantes da INTERSA haviam marcado uma assembleia separadamente e que desse momento em diante, os custos e as decisões seriam por conta de cada sindicato. E, em seguida, marcaram uma assembleia paralela, realizada no dia 17 de outubro. Essas atitudes foram mais do que suficientes para abalar as estruturas do coletivo INTERSA, deixando claro que para as direções destes sindicatos, a união deixara de existir.
Diante disso, o Sindaspi, como sindicato majoritário da categoria, entendeu por bem esclarecer a sua base através de nossos espaços de mídia e divulgando uma nota de esclarecimento. Preocupado com o andamento da campanha, passou a consultar a sua base e direção a fim de traçar suas estratégias para dar prosseguimento as negociações, visto o rompimento feito pelas direções destes sindicatos.

Calúnias e falácias

Após assembleia do dia 17, vieram a tona novas inverdades e falácias, buscando manchar a imagem do Sindaspi, dizendo que este rompeu com a INTERSA. A realidade dos fatos, no entanto, mostra o contrário. Quem teve uma postura coerente com o coletivo foi o Sindaspi, que sempre se postou ao lado da sua base, o que todo sindicato deveria fazer.
Até o dia 22 de outubro, não havíamos sido procurados ou informados das decisões ocorridas na assembleia deles, conforme encaminhamento dado na reunião da executiva no dia 7 de outubro, em que nos informariam o resultado, para então, discutirmos o futuro da INTERSA, o que consideramos um profundo desrespeito para com o Sindaspi e os trabalhadores que estão envolvidos na negociação do ACT.
O Sindaspi tem uma história de sindicalismo a zelar e não podemos admitir que comentários maldosos viessem a prejudicar o nosso trabalho, comprometido apenas com os interesses da classe trabalhadora.