terça-feira, 28 de maio de 2013

Chantagem: Governo pressiona sindicato pela imediata assinatura do ACT


Mais uma vez o governo revela sua forma sorrateira de negociar a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho. Omitindo-se da negociação, parte para a chantagem. Após várias reuniões, na última rodada de negociações o governo ofereceu o aumento de um 1 real no vale alimentação que, segundo a proposta, passaria dos atuais R$ 16,00 para R$ 17,00. Porém, esse aumento ficaria condicionado ao abandono das demais cláusulas e a assinatura imediata do ACT. No caso da não aceitação deste "avanço", pelos trabalhadores existe a ameaça de não ganharmos nada e, de brinde, perdermos a garantia de emprego. Além disso, o secretário ameaça usar os e-mails corporativos, como vinha fazendo em anos anteriores para insuflar os trabalhadores a chamar assembleias para aprovar a toque de caixa um ACT desfavorável, em total desrespeito á liberdade de organização sindical e a dignidade dos trabalhadores.

Sabemos que 1 real no vale não repõe nem mesmo a metade do que a inflação já devorou desde o último aumento que obtivemos no auxílio. Além disso, a categoria vem acumulando perdas e tem outras cláusulas importantes para negociar, algumas das quais sem impacto econômico. Parece que o foco do governo é mesmo a retirada da garantia de emprego. Não houve avanço algum em relação a este ponto, visto que a orientação do CPF é a de não renovar, e apenas manter a cláusula do Acordo anterior, que seria até o dia 30 de abril de 2014. Para o Sindicato isto não é nenhuma garantia, visto que as negociações nunca são firmadas até a data base, ficando os trabalhadores a mercê dos interesses politiqueiros neste período.

Para o Sindaspi, a falta de respeito com os trabalhadores é flagrante. ?Não aceitamos ser desrespeitados desta forma?, declarou o coordenador Arnoldo Ramos Candido, inconformado com a chantagem do governo. Enquanto os produtores de carne suína em Santa Catarina comemoram a abertura do mercado japonês, fruto do trabalho dos servidores na Cidasc, a empresa vem sendo sucateada pelo mesmo governo e os trabalhadores como prêmio, são convidados a pagar a conta absurda das SDRs, abrindo mão da sua dignidade.

Lembramos: Muito dinheiro para a publicidade, as grandes empreiteiras e as terceirizações o governo garante! Colombo não explica por que não combate a sonegação fiscal e mantém as isenções fiscais de ICMS por onde escoam quase R$ 3 bilhões do dinheiro público, 15% do orçamento total do Estado para os bolsos dos empresários. Ele também não explica porque, mesmo executando apenas 4,82% do orçamento estadual ?descentralizado?, as 36 SDR?s ampliaram em 125% os seus gastos em 2012.


O Estado está sendo sucateado e o servidor, desvalorizado. Não podemos abrir mão de direitos e aceitar essa vergonhosa ofensiva contra os trabalhadores! É momento de refletirmos sobre o que está ocorrendo no estado e tomarmos uma postura de cidadãos conscientes!!! Afinal, nosso trabalho tem valor e deve ser reconhecido.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

CPF não sinaliza avanços e Presidente da Epagri fala em greve


Nesta segunda-feira, 13 de maio, uma nova rodada de negociação aconteceu na Secretaria da Agricultura, com a presença do Secretário Adjunto, Airton Spies, do presidente da Epagri, Luiz Hessmann, de diretor representando a Cidasc e dos coordenadores do Sindaspi, Arnoldo Candido e Sergio Ricardo. Spies informou que apresentou as cláusulas chaves da negociação ao CPF (Conselho de Política Financeira do Governo) e que em relação à garantia de emprego, a decisão é mesmo não renovar, e apenas manter a do Acordo anterior, que seria até o dia 30 de abril de 2014. O que para o Sindicato não é nenhuma garantia, visto que as negociações nunca são firmadas até a data base, ficando os trabalhadores desprovidos da garantia neste período. Porém Spies informou que outros sindicatos (que se reuniram anteriormente) também não aceitam este posicionamento do governo, e o assunto retornará pra mesa de negociação com o CPF, ainda esta semana. Para o presidente da Epagri, se não houver acordo em relação a garantia de emprego, o que ele sente é que haverá greve nas empresas. “Tenho viajado o estado todo, e em todos os lugares a grande preocupação dos trabalhadores é em relação a garantia de emprego, vejo real a possibilidade de uma greve”, alertou Heissmann.

Outro ponto discutido foi a liberação de mais um dirigente para o Sindaspi, visto que é o sindicato com maior representação nas empresas (e o único com representatividade para todas as categorias), porém Spies se propôs a voltar a conversar com os demais sindicatos, para se chegar num acordo.   

Já sobre a questão da insalubridade ficou definida que ou a cláusula será retirada ou mudada a redação deixando claro que os limites serão os estabelecidos em Lei.

Segundo Spies, embora tenha ocorrido uma ampla discussão sobre o aumento no vale alimentação, e até alguma sinalização positiva, por fim a Secretaria da Fazenda não autorizou qualquer reajuste. Mantém-se o vale de R$ 16,00. Assim como, não há negociação em relação a escala dos barreiristas, pois o governo alega que não tem como infringir a lei, em aumentar a escala de 12 x 36 e nem tem como aumentar o descanso, pois não há quadro de funcionários suficiente.

O que temos em definitivo é o reajuste do INPC do período, que está estabelecido em 7,1634%, que se aprovado, seria assinado o ACT imediatamente. Spies fará nova reunião com o CPF e agendará uma nova rodada com o Sindaspi para a próxima semana.


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Troféu Sindaspi de Fotografia 2013


O “Troféu Sindaspi 2013” traz como tema: “JUNTOS SOMOS FORTES”. Com o objetivo de motivar os apreciadores da fotografia a captar tudo aquilo que se refere ao coletivo, à solidariedade, à colaboração mútua, ao pegar junto, o Sindaspi quer estimular o trabalhador a pensar a força coletiva como forma de alcançar um objetivo.

Além de captar pelas lentes da fotografia, o concurso promove a reflexão sobre este tema tão importante. A história mostra que o ser humano necessita de convivência coletiva para as grandes realizações e para sua própria sobrevivência básica como ser humano.

Nestes tempos “modernos”, em que as pessoas vivem isoladas em meio à multidão, buscando atender suas necessidades sociais via internet e celular, queremos voltar nossas lentes e mentes para fatos que mostram o valor do “pegar juntos”, seja na família, no trabalho, no sindicato, na diversão, na vida social, no meio ambiente.

Aliás, não há limites para a amplitude desta frase. O limite está em nós, e através da fotografia podemos explorar dentro e fora desses limites.

* Encaminhe suas fotografias para o Sindaspi, conforme regulamento, até o dia 31/07/2013. Mais informações com imprensa@sindaspisc.org.br 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Sindicato apresenta cláusulas-chaves da campanha salarial



Dando continuidade a campanha salarial 2013/14, o Sindaspi participou nesta segunda-feira de mais uma rodada de negociação na Secretaria da Agricultura. Com a presença do Secretário Adjunto, Airton Spies e com representantes das empresas, foi solicitado que o sindicato apresentasse as cláusulas chaves (pauta-mínima) de reivindicações, as quais  serão apresentadas ainda nesta semana ao CPF (Conselho de Política Financeira do Governo) visto que a contraproposta apresentada pelo Conselho não foi aceita pelo Sindaspi.

O Sindaspi informou que não convocará assembleia com os trabalhadores se a proposta não for melhorada, incluindo pelo menos a liberação de mais um dirigente sindical, proporcionalidade na cláusula 39 – que trata sobre insalubridade, renovação da garantia de emprego, aumento no vale alimentação (incorporação do INPC referente aos dois últimos anos). Outra reivindicação é relativa a escala de horários das barreiras sanitárias. O coordenador Arnoldo Candido, alertou que a pauta é construída pelos trabalhadores, e que esta é uma cláusula votada pela maioria que participou das assembleias de construção de pauta. Os barreiristas recebem os menores salários da Cidasc e muitos ainda tiram dinheiro do próprio bolso para pagar o transporte para se deslocarem até as barreiras. Mas Spies alertou que trabalhos com mais de 12 horas/dia são ilegais e que não serão aceitos pelo CPF, mas que iria discutir a questão das folgas. Atualmente as escalas são 12 x 36 ou 12 x 48. Os barreiristas querem que retorne a escala 24 x 96. O diretor da Cidasc informou que estão solicitando a contratação de 109 barreiristas para garantir os serviços prestados pela empresa, mas ainda não há nada definido.

Foi agendada nova rodada de negociação para a próxima segunda-feira, 13 de maio, às 11 horas, na SAP, onde Spies já deverá apresentar um posicionamento do CPF.

Veja o vídeo da negociação 



Marcha dos Catarinenses denuncia descaso com políticas Públicas do Governo Colombo


A IV Marcha dos Catarinenses vai acontecer em Florianópolis, com concentração 
a partir das 14 horas em frente a Assembleia Legislativa.

O movimento social e sindical do Campo e da cidade do Estado de Santa Catarina, vão às ruas no dia 08 de maio, em Florianópolis  para cobrar do governo melhores políticas públicas capazes de enfrentar as demandas da sociedade catarinense.
Assegurar o acesso da população às políticas públicas é um dever do Estado, seja do âmbito federal, estadual ou municipal, garantido pela Constituição Federal. Em Santa Catarina os direitos sociais fundamentais garantidos constitucionalmente, não estão sendo cumpridos por parte do governo estadual.
É histórica e longa a crise que passa os serviços públicos do estado, que deveriam ser gratuito e de qualidade, sobretudo nas áreas da saúde, da educação e da segurança. Os últimos governos que administraram o estado aprofundaram o sucateamento e a omissão com as políticas públicas.
Estamos com um governo fraco, que apesar de todas as suas alianças e acordos políticos, não consegue solucionar problemas simples e deixa o estado numa grande situação de caos. Há prédios de escolas caindo, filas intermináveis nos hospitais, falta de medicamentos, servidores/as mal remunerados, rebelião nos presídios e insegurança nas ruas.
É impossível nos calarmos diante de um descaso tão grande para com todos os catarinenses! Raimundo Colombo que se elegeu com o jargão As pessoas em primeiro lugar, esta envergonhando o povo catarinense, com sua falta de compromisso e apatia frente os problemas que se acumulam e precarizam as condições de vida do povo catarinense.
Por isso, a Marcha dos Catarinenses, que esta na sua quarta edição, vai ás ruas com trabalhadores, estudantes e militantes dos movimentos sociais de todo estado, para exigir uma postura firme do governo estadual. “A Marcha é um momento que mostramos para a sociedade a nossa indignação frente ao descaso com as políticas públicas. Neste ano denunciamos a precarização com o setor da saúde, educação e segurança e a desvalorização dos servidores estaduais. Exigimos uma outra postura de Raimundo Colombo e vamos às ruas, mostrar nossa força”, ressaltou Aldoir Kraemer, Coordenador da CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais) que é a entidade que organiza as Marcha dos Catarinenses.   


Fonte: CUT/SC  - Silvia Medeiros

quinta-feira, 2 de maio de 2013

1º de maio em 2013 e os desafios para a classe operária


Passaram-se 127 anos do martírio dos operários de Chicago. Em 1886, operários foram assassinados a mando da justiça dos Estados Unidos da América porque lutavam pela redução da jornada e por melhores condições de trabalho.

Desde então, trabalhadores do mundo inteiro se reúnem no dia 1º de maio para não deixar que tal sacrifício caia no esquecimento, como quer a burguesia responsável pelo martírio. Os exploradores usam de todos os meios possíveis para que essa data seja transformada em dia de lazer, de festa, recheada das várias formas de circo, como shows custeados pelas grandes empresas (as mesmas que exploram os trabalhadores).

Mais grave é saber que tais shows são organizados por Centrais Sindicais vendidas ao capital. Torneios de futebol e de outros esportes são patrocinados pelo mundo inteiro, visando apagar a memória da classe trabalhadora. O que mais importa ao capital é que as novas gerações de trabalhadores permaneçam à margem da História da resistência de seus irmãos de classe, desta classe em luta permanente contra a cada vez mais cruel exploração de sua força de trabalho.

Com isso, tentam jogar também para a lata do lixo a memória dos trabalhadores que continuam sendo assassinados a cada dia, seja pelas balas das polícias e jagunços, com omissão dos governos federais, seja pelas péssimas condições de trabalho e de segurança.

Desigualdades crescentes

Se no mundo inteiro o capital entrou em nova fase de sua curta história, avançando na ação política para eliminar as conquistas operárias alcançadas com muito sangue ao longo de pouco mais de dois séculos, em nosso país, em particular, este ataque se mostra realmente feroz. O Brasil, tendo se transformado numa das grandes forças produtivas do mundo, se transformou também no país das maiores desigualdades sociais do planeta.

Ao lado de empresas e empresários riquíssimos, encontram-se milhões de pessoas em condições de miséria absoluta e ou relativa – que sobrevivem do que sobra nos tristes lixões ou com os miseráveis R$ 70,00 que o governo lhes concede como esmola –, para que não reclamem por justiça social. Ou ainda sobrevivendo com o miserável Salário Mínimo decretado sem nenhum escrúpulo pelos nossos governantes.

As desigualdades se expressam também nas relações entre eleitos e eleitores. Parlamentares e políticos em geral tiram dos cofres públicos, a título de salários, em torno de R$ 26.700,00, enquanto “concedem” R$ 678,00 para quem produz as riquezas deste país. Uma relação criminosa de 40 vezes o valor do salário mínimo. Porém, a relação é muito mais injusta porque cada parlamentar conta com muitas outras regalias que não são reveladas ao povo eleitor. O que não dizer das benesses que muitos recebem das grandes empreiteiras, por exemplo?

Eliminação e negação dos direitos básicos

Da mesma forma que na Europa, o governo brasileiro vem eliminando direitos da classe trabalhadora, sonegando receita para os serviços essenciais (saúde, educação, saneamento, entre outros), enquanto concede gordos benefícios para o empresariado sedento por lucros exorbitantes à custa do mesmo dinheiro público.

Após 70 anos da Consolidação das Leis do Trabalho, 18,6 milhões de trabalhadores se encontram na informalidade. São quase 19 milhões de trabalhadores que não são atingidos pelos direitos assegurados em lei. São também 20% da mão de obra do país que não contam ainda com carteira assinada (fonte: IHU UNISINOS). Há ainda 15,2 milhões que vivem do próprio trabalho, sem qualquer proteção social, porque não têm como contribuir com a Previdência Social. São tratados como coitados ou marginais.

Estado politicamente falido

Todas essas mazelas são também o resultado de um Estado criado e mantido a serviço dos interesses dos proprietários de terras, de fábricas, do grande comércio e, hoje, sobretudo, para defender os interesses do chantagista e agiota sistema financeiro global. Foram constituídos Estados que, em vez de defender os interesses do conjunto da sociedade, atuam como força repressiva, esmagando as legítimas reivindicações dos povos. Um Estado que precisa ser deslegitimado e substituído por outros modelos, que estejam sob o controle e a serviço de todo o povo.

O sindicalismo superado

Assim como em outras partes do mundo, no Brasil também as Centrais Sindicais se acomodaram, seus dirigentes se tornaram “dirigentes sindicais profissionais”, permanecendo no topo das suas estruturas, fazendo o jogo sujo dos interesses do capitalismo predador, gozando de um padrão de vida que causa inveja a muita gente da chamada Classe Média Alta. Para enganar suas bases, promovem atividades do “faz de conta que lutamos”, mas que não mexem em nada nos interesses das grandes empresas.

É mais fácil promover encontros de “trabalhadores” em Brasília, com muita mordomia, com despesas pagas e tudo o mais - aparecendo para a mídia teatral - do que mexer com a produção capitalista, que continua sem interrupção. Tais dirigentes profissionalizados, porém, mostram competência para fazer longos, repetitivos e cansativos discursos. Esse comportamento me faz lembrar as advertências de Jesus aos poderosos de sua época: “Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês exploram as viúvas e roubam suas casas e, para disfarçar, fazem longas orações!”. E a grande mídia faz eco a tais enganações, dos governantes e do peleguismo oficial.

Desafios atuais

Assim, entre os desafios para a classe trabalhadora, hoje, estão: tomar consciência do que é este modelo de sindicalismo corrompido e corrupto, criar novas formas de organização dos trabalhadores e assumir sua tarefa como protagonista das mudanças estruturais que nos vêm sendo negadas há longos anos. Assim como é urgente que trabalhadores e seus familiares, enquanto isso, se engajem nos movimentos populares independentes para exigir políticas públicas que garantam condições de vida com um mínimo de dignidade humana.

Dessa dupla dimensão de engajamentos e das ações sociais poderão, com o tempo, nascer novos e revolucionários instrumentos de lutas que deverão promover as transformações políticas, econômicas, sociais e culturais, colocando a política oficial sob rigoroso controle popular.

Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.

A ditadura da Rede Globo: um poder que cresce a cada ano


A Globo não tem hoje menos poder, tem mais, muito mais. E esse poder está crescendo a cada ano. E se em 2013 conseguir colocar um despachante no lugar de Dilma no Palácio do Planalto, melhor será mudar o nome do país para República Global do Brasil

Eduardo Guimarães, em seu blog

Ouso dizer que se de repente a Globo simplesmente evaporasse da face da Terra, nem os outros braços do aparato político-ideológico-midiático que a organização multimídia da família Marinho lidera iriam chorar por seu sumiço; comemorariam com fogos de artifício
A parcela da sociedade política e ideologicamente alinhada aos governos progressistas que há uma década vêm conseguindo manter o poder contra essa máquina midiática, vem cometendo um erro de avaliação sobre o que convencionou chamar de “grande mídia”.
rede globo manipula


A Globo não prejudica o resto da comunicação  no Brasil apenas ficando com quase tudo em termos de publicidade oficial e privada. A hegemonia da organização da família Marinho prejudica o país ao impor costumes, vetar projetos governamentais, leis, ao difundir ignorância, preconceito e muito mais.


Hoje, no Brasil, há um só grupo de mídia que, nadando contra a corrente que arrasta outros grandes grupos, vem obtendo lucros estratosféricos, crescendo e se solidificando a cada ano: as Organizações Globo.

É um fenômeno impressionante. De 2002 a 2012, a Globo perdeu 22% de sua audiência em rede nacional. Em 2002, no Painel Nacional de Televisão (PNT), a média diária da emissora, entre 7h à 0h, era de 22,2 pontos. De janeiro a agosto de 2012, a média diária foi de 17,4 pontos. Cada ponto equivale a 191 mil domicílios no país.

Em uma década, porém, a participação da Globo nos investimentos publicitários em TV aberta se manteve em 70%. O faturamento bruto da TV aberta da Globo com anúncios passou de R$ 5,65 bilhões em 2002 para R$ 18 bilhões em 2011.

Mais impressionante ainda: o lucro da Globo, ano passado, subiu 36% e chegou a R$ 2,9 bilhões – um aumento de 35,9% ante o resultado do ano anterior –, apesar da queda de audiência.
O paradoxo entre queda de audiência e aumento do faturamento se deve à estratégia multimídia das Organizações Globo. Além da principal emissora de TV do país, o grupo também detém jornais e revistas, além de participação em empresas como a Net e Sky e nos canais pagos da Globosat, como SporTV, Multishow e Telecine.
Não existe país nenhum no mundo com um império de comunicação como esse.
Isso ocorre enquanto outros grandes grupos de mídia como a Rede Record, o Grupo Folha, o Grupo Estado e a Editora Abril vêm amargando seguidos prejuízos.
O mais impressionante é o resultado publicitário da Globo no que tange a verbas oficiais. Apesar da queda de audiência, as plataformas de mídia globais açambarcam 64% das verbas de publicidade do governo federal.

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Como resultado dessa ditadura midiática e política, os irmãos João Roberto, Roberto Irineu e José Roberto Marinho ocupam, respectivamente, o 7º, o 8º e o 9º lugares na lista que a revista Forbes publica dos homens mais ricos do Brasil.
João Roberto e Roberto Irineu acumulam hoje uma fortuna de 8,7 bilhões de dólares cada um. Já José Roberto tem uma fortuna estimada em 8,6 bilhões de dólares.
Como não existe um marco regulatório que vete a monopolização de tantas plataformas de mídia – que, em enorme parte, são concessões públicas entregues aos Marinho pelo governo federal –, enquanto a Globo lucra como nunca os grupos de mídia que atuam politicamente em consonância com a ditadura global vão ficando com as gordas migalhas que caem da mesa, mas que não bastam para impedir-lhes os problemas financeiros.

Mas por que, então, vemos impérios de comunicação como o Grupo Folha, o Grupo Estado, a Editora Abril e outros aliarem-se à guerra aberta que a Globo, de forma aparentemente inexplicável, trava com um governo federal que se entrega à sua voracidade por dinheiro e concessões públicas?

A questão parece ser muito mais ideológica do que prática. Apesar de forrar as Globos com a parte do leão das verbas e das concessões públicas, os governos do PT são vistos pelo resto da grande mídia como inimigos do capitalismo.

As famílias Frias, Mesquita, Civita e congêneres acham que um governo tucano, por exemplo, distribuiria mais benesses ainda e as salvaria de uma situação que, em verdade, deve-se à voracidade Global.
Assim, os governos do PT tornaram-se o inimigo comum de grupos de mídia que, por trás da aparente cordialidade, são adversários ferozes na disputa pelas benesses do Estado.
Mas a Globo não prejudica o resto da comunicação no Brasil apenas ficando com quase tudo em termos de publicidade oficial e privada. A hegemonia da organização da família Marinho prejudica o país ao impor costumes, vetar projetos governamentais, leis, ao difundir ignorância, preconceito e muito mais.

roberto marinho figueiredo
Roberto Marinho e o general João Batista Figueiredo (Foto: Divulgação)


O padrão “racial” da publicidade e da televisão brasileiras, por exemplo, que exclui a verdadeira etnia de nosso povo, é oriundo de uma visão da Globo sobre o país. Novelas, publicidade, tudo o que se vê retrata um país de aparência europeia porque a Globo criou e mantém esse padrão.
A ausência de programas que discutam o país, que se aprofundem em debates importantes, inclusive políticos, é oriunda de uma programação da Globo feita para emburrecer e alienar o espectador.
Como a Globo é uma receita de sucesso, seu padrão é seguido pela concorrência na mídia eletrônica, sobretudo na televisão. Haja vista as cópias de excrescências como o Big Brother em outras emissoras, das novelas bobinhas com elenco ariano etc.

A teledramaturgia global, em particular, é dramática – para fazer um trocadilho. Novela após novela é encenada no eixo Rio-São Paulo, com enredos que se repetem sem parar, com vilões e mocinhos – e mocinhas – idênticos, sempre exaltando as classes sociais abastadas a que a cúpula da Globo pertence.
Todo esse poder da Globo se deve à sua capacidade de chantagear a classe política. Executivo, Legislativo e Judiciário ajoelham-se no altar Global de Norte a Sul do país. Nem a Presidência da República escapa.
Apesar de não vir conseguindo eleger o presidente da República desde 2002, a Globo, ao levar escândalos reais e inventados ao Jornal Nacional, novelas, programas humorísticos etc., selecionando os que quer expor e os que quer esconder, consegue a subserviência da República aos seus ditames.
Se até os grandes grupos de mídia além da Globo estão sendo sufocados por ela, imaginemos o que acontece com a mídia dita “alternativa”, que deve desaparecer em poucos anos se nada mudar.

Todavia, a própria grande mídia – Globo excluída – não deve resistir tanto assim. Com o passar do tempo, os Marinho irão adquirindo participações de tudo até que estabeleçam um imenso monopólio da comunicação nacional.
Não existe um só país da importância do Brasil e no qual vigore regime verdadeiramente democrático que tenha praticamente toda a comunicação nacional sob o tacão de uma única família, de um único império empresarial de comunicação.

Após uma década de governos progressistas que conseguiram distribuir renda, diminuir a pobreza e avançar em termos de solidificação da economia, com aumento exponencial de infraestrutura etc., o Brasil caminha para a Idade Média nas comunicações.
Como livrar o pais da ditadura da Globo? Boa pergunta. Se nem após dez anos de governos do PT conseguimos dar um mísero passo para desconcentrar o poder que a família Marinho começou a acumular graças à ditadura, parece quase impossível mudar isso agora.
A Globo não tem hoje menos poder, tem mais, muito mais. E esse poder está crescendo a cada ano. E se em 2013 conseguir colocar um despachante no lugar de Dilma no Palácio do Planalto, melhor será mudar o nome do país para República Global do Brasil.


Fonte: Pragmatismo Político