Mais uma vez o governo revela sua forma sorrateira de
negociar a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho. Omitindo-se da
negociação, parte para a chantagem. Após várias reuniões, na última rodada de
negociações o governo ofereceu o aumento de um 1 real no vale alimentação que,
segundo a proposta, passaria dos atuais R$ 16,00 para R$ 17,00. Porém, esse
aumento ficaria condicionado ao abandono das demais cláusulas e a assinatura
imediata do ACT. No caso da não aceitação deste "avanço", pelos
trabalhadores existe a ameaça de não ganharmos nada e, de brinde, perdermos a
garantia de emprego. Além disso, o secretário ameaça usar os e-mails
corporativos, como vinha fazendo em anos anteriores para insuflar os
trabalhadores a chamar assembleias para aprovar a toque de caixa um ACT
desfavorável, em total desrespeito á liberdade de organização sindical e a
dignidade dos trabalhadores.
Sabemos que 1 real no vale não repõe nem mesmo a metade do
que a inflação já devorou desde o último aumento que obtivemos no auxílio. Além
disso, a categoria vem acumulando perdas e tem outras cláusulas importantes
para negociar, algumas das quais sem impacto econômico. Parece que o foco do
governo é mesmo a retirada da garantia de emprego. Não houve avanço algum em
relação a este ponto, visto que a orientação do CPF é a de não renovar, e
apenas manter a cláusula do Acordo anterior, que seria até o dia 30 de abril de
2014. Para o Sindicato isto não é nenhuma garantia, visto que as negociações
nunca são firmadas até a data base, ficando os trabalhadores a mercê dos
interesses politiqueiros neste período.
Para o Sindaspi, a falta de respeito com os trabalhadores é
flagrante. ?Não aceitamos ser desrespeitados desta forma?, declarou o
coordenador Arnoldo Ramos Candido, inconformado com a chantagem do governo.
Enquanto os produtores de carne suína em Santa Catarina comemoram a abertura do
mercado japonês, fruto do trabalho dos servidores na Cidasc, a empresa vem
sendo sucateada pelo mesmo governo e os trabalhadores como prêmio, são
convidados a pagar a conta absurda das SDRs, abrindo mão da sua dignidade.
Lembramos: Muito dinheiro para a publicidade, as
grandes empreiteiras e as terceirizações o governo garante! Colombo não explica
por que não combate a sonegação fiscal e mantém as isenções fiscais de ICMS por
onde escoam quase R$ 3 bilhões do dinheiro público, 15% do orçamento total do
Estado para os bolsos dos empresários. Ele também não explica porque, mesmo
executando apenas 4,82% do orçamento estadual ?descentralizado?, as 36 SDR?s
ampliaram em 125% os seus gastos em 2012.
O Estado está sendo sucateado e o servidor, desvalorizado.
Não podemos abrir mão de direitos e aceitar essa vergonhosa ofensiva contra os
trabalhadores! É momento de refletirmos sobre o que está ocorrendo no estado e
tomarmos uma postura de cidadãos conscientes!!! Afinal, nosso trabalho tem
valor e deve ser reconhecido.
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