quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Fiscais nas barreiras da Cidasc entram em greve nesta quarta, 4 de dezembro

Greve nas barreiras sanitárias pode significar a volta da Febre Aftosa no Estado. Santa Catarina corre sério risco de perder os acordos de exportação de carne e a agroindústria será a maior prejudicada. 


Os trabalhadores nas Barreiras Sanitárias da Cidasc entraram em greve a partir das 8 horas desta manhã de quarta-feira, 4 de dezembro. Por intransigência do Governo do Estado, Santa Catarina corre o risco ter seus rebanhos contaminados com uma doença séria chamada FEBRE AFTOSA e com isso perder contratos milionários com países que importam nossa carne. Além da febre aftosa outras doenças que afetam seriamente pomares e zoonoses e a saúde humana podem entrar no estado sem controle, como é o caso da brucelose, tuberculose e gripe do frango.

A falta de segurança, a falta de estrutura de trabalho, falta de transporte para os locais de trabalho e o salário miserável são uns dos motivos da categoria entrar em greve.

Os fiscais nas barreiras sanitárias entraram em estado de greve no dia 11 de outubro, tentando sensibilizar o governo Colombo, que pouco ou nada fez com relação à situação caótica vivida por estes profissionais.

O estado de greve ocorreu de maneira progressiva, alertando, portanto, por quase dois meses as empresas e o governo do Estado sobre as reivindicações da categoria. Inclusive, neste período, aconteceram reuniões com o Secretário da Agricultura, João Rodrigues, com a diretoria da Cidasc e empresas do setor da agroindústria. Diversas manifestações foram realizadas nas barreiras do estado, inclusive com pequenas paralisações.

Em entrevista a Rede RBS de Comunicações, o presidente da Cidasc, Enori Barbieri, chegou a dizer que o salário da categoria seria ajustado para R$ 1.800,00, ainda neste ano. Mas em conversa com o comando de greve, o discurso foi outro, inclusive dizendo que só haveria nova negociação em 2014.

Estes trabalhadores estão sendo enrolados pelo governo do estado há várias negociações salariais, mesmo com a importância da função para o Estado. A situação chegou ao seu limite e a categoria não volta ao trabalho enquanto as reivindicações não forem atendidas.



Missão russa recebe reivindicações de comissão dos fiscais das barreiras


Uma comitiva de fiscais da Cidasc, representando o comando de greve das barreiras sanitárias, fez a entrega de documento com a pauta de reivindicações dos trabalhadores à comitiva russa que esteve Santa Catarina no dia 27 de novembro, para vistoriar estabelecimentos de aves e suínos e unidades de vigilância agropecuária do estado. O documento, traduzido para a língua inglesa e russa, foi entregue por cerca de 20 trabalhadores que aguardavam as autoridades sanitárias russas na aduana de cargas, em Dionísio Cerqueira.


Riscos com a greve


* Não seria possível exportar e haveria restrições comercialização de produtos agropecuários para outros estados, causando grande prejuízo para agricultores e agroindústrias.

* Doenças como a febre aftosa, gripe aviária, brucelose e a tuberculose poderiam entrar sem controle no estado, colocando em risco a saúde do povo.

* Rebanhos inteiros de bovinos e suínos estariam com a sanidade em risco;

* Pomares de banana, citrus e maçã estariam em risco de contaminação por doenças graves.



O que a categoria reivindica:


1. Reenquadramento dos trabalhadores para a função de Agente de Fiscalização Agropecuário.

2. Implementação de piso salarial de R$ 2088,77. (Atualmente o salário é de R$ 895,8)

3. Jornada de trabalho com escala de 12 horas de trabalho por 72 horas de compensação.

4. Serviço de transporte adequado garantindo o deslocamento até os locais de trabalho, bem como veículo de apoio disponível durante a jornada de trabalho.

5. Auxilio Transporte nos casos em que a empresa não disponibilizar veículos

6. Implementação e manutenção de infraestrutura mínima adequada nas Barreiras Sanitárias

7. Garantia da segurança através de policiamento qualificado aos trabalhadores durante todo o seu turno de trabalho nas Barreiras.



A responsabilidade e importância do trabalho nas barreiras


Nas barreiras sanitárias são realizados serviços que garantem a sanidade de produtos de origem animal e vegetal, com impacto positivo na segurança alimentar, nas cadeias produtivas agropecuárias e na economia de Santa Catarina.

Um trabalho fundamental para a manutenção do status como o único estado da Federação Livre de Febre Aftosa sem vacinação, o que vem garantindo a abertura de novos mercados de exportação.



Exportações


As barreiras sanitárias são decisivas para a assinatura de contratos comerciais, como o recente acordo firmado com o Japão, para a exportação de carne suína. O trabalho nas barreiras é fundamental nas auditorias de países importadores de produtos de origem animal e vegetal, pois na maioria das vezes envolvem visitas a um frigorífico, um estabelecimento agropecuário e uma Barreira Sanitária da Cidasc.

O trabalho cotidiano nas barreiras da Cidasc garante a prevenção de uma série de problemas para produção e comercialização agropecuária. Nos focos de aftosa, recentemente detectados no Paraná e Paraguai, estes trabalhadores foram linha de frente mostrando empenho e competência para garantir que não chegassem a oferecer risco à agropecuária catarinense.



Outras doenças


Além da febre aftosa, existem outras doenças importantes fiscalizadas nas barreiras. Doença do mormo, brucelose, tuberculose, influenza equina, aujezky, peste suína clássica, influenza aviaria e new castle, que podem comprometer rebanhos/ lotes inteiros, trazendo prejuízos incalculáveis.

Na área vegetal, esses trabalhadores bloqueiam a entrada de produtos com pragas e doenças que estão sob controle, tais como: sigatoka negra, cancro cítrico, vespa da madeira e cydia pomonella.

Esta última, doença grave na cultura da maçã, está praticamente erradicada em SC, em função do trabalho da Cidasc e do MAPA, com a imprescindível contribuição dos trabalhadores das Barreiras Sanitárias.

Como se vê, o trabalho é de imensa responsabilidade. Entretanto, o reconhecimento dessa função, na forma de condições adequadas de trabalho e um salário digno, não acompanham os resultados oriundos de tamanha dedicação desses profissionais.



Dignidade aos trabalhadores nas Barreiras Sanitárias! Esta luta, eu apoio!



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