O comando de
greve dos trabalhadores da Epagri e Cidasc se reuniu na última segunda-feira, 7
de julho, em Campos Novos, para discutir a proposta apresentada pelo secretário
da agricultura. É importante salientar que essa proposta foi uma reação do
governo à corajosa decisão, na última assembleia, que deliberou pela greve a
partir de 18 de julho. Como já é costume deste governo, a proposta não
apresentou grandes novidades, nem qualquer reposição das astronômicas perdas
acumuladas na tabela salarial (80%). Apenas a oferta de aumento de R$ 1,00 (um
real) no vale alimentação e a promessa de uma Revisão Sem Compromisso do PCS
nas empresas. As principais reivindicações da categoria foram categoricamente
ignoradas.
Quanto ao
aumento no vale alimentação, trata-se apenas da correção pelo INPC, já esperado
pela categoria como resultado do julgamento do Dissídio Coletivo ajuizado pelo
Sindaspi. Já a proposta de revisão do PCS é vaga e fora da realidade. Primeiro,
porque não dá nenhuma garantia de que será implementada, o que já vem
ocorrendo, gerando inclusive ações trabalhistas. Segundo, porque já temos
várias revisões engavetadas na Epagri, e, na Cidasc, uma proposta de PCS foi
apresentada ao CPF, ainda em 2013, e até hoje não se manifestou.
Parece claro
que o governo está querendo ganhar tempo e novamente enganar os trabalhadores.
Os trabalhadores definiram que apenas vão considerar propostas de revisão de
PCS previamente autorizadas pelo CPF, caso contrário, estaríamos assinando um
cheque em branco e ainda com o risco de estar sem fundos.
A manifestação
da assembleia dos trabalhadores, no dia 06 de junho, em Concórdia, foi clara e
será seguida pelo comando de greve dos trabalhadores. Apenas serão negociadas
propostas que tragam benefícios e garantias para os trabalhadores. O governo
teve muito tempo para negociar (a pauta de reivindicações foi entregue ainda em
fevereiro) e ao invés disso, optou por enrolar os trabalhadores, provocando a
deflagração de uma greve que pode comprometer serviços importantes prestados
pela Epagri e Cidasc. Enquanto outras categorias do serviço público catarinense
receberam propostas com aumento real de salário e reajustes de benefícios
variando entre 11 e 20%, os trabalhadores da Epagri e Cidasc são novamente
vistos pelo governo estadual como funcionários de 2ª categoria, sem direito a
condições de trabalho decentes.
Os
trabalhadores não levarão em conta promessas de que haverá aumento depois das
eleições, que alguns dirigentes das empresas estão fazendo, de forma
oportunista em desrespeito a dignidade dos trabalhadores e visando a sua
desmobilização. São promessas requentadas de políticos fracassados que querem
usar nossas valorosas empresas públicas como comitês político-partidários.
Enquanto não
houver uma proposta descente não haverá negociação, seguiremos mobilizando os
trabalhadores para a greve agenda para 18 de Julho.
Nossos direitos só a luta faz valer!
Comando de Greve
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